terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Um Stop à sombra de D. Teresa?

A Avenida António Feijó, mercê de várias vicissitudes, tornou-se a principal via de acesso à Zona Histórica de Ponte de Lima. Só há um outro acesso minimamente digno desse nome, a partir da rotunda da Guia. O acesso pela Veiga de Crasto que tão mal substituiu a Rua do Arrabalde continua a ser do terceiro mundo.
Para complicar, a Avenida tem em cada sentido uma só via, por deficiência de traçado. Tem uma faixa central ajardinada e sem passeio. É cruzada três vezes e acaba num rotunda em volta da estátua de D. Teresa que é descentrada e facetada, não circular.
Por ela descem e sobem os autocarros, estacionam os táxis, circulam ambulâncias e carros de bombeiros. A maior dificuldade em equacionar a sua configuração reside na proximidade do Hospital e do Quartel dos Bombeiros, este com os dias contados.
A pintura que se encontra no Largo da Republica, se é para ver se cola, direi que não, pois, para resolver um aspecto de prioridade, complica todos os outros aspectos do problema. Esta solução impede a inversão de marcha dos autocarros e coloca estes e mesmos os carros em dificuldades para virar à esquerda.
Quem se vai colocar à sombra de D. Teresa à espera de passar pode ser abalroado por um carro que desça a Avenida e não vê qualquer sinalização, ou tem de lá sair de vier um autocarro que queira subir a avenida. Pior se se formar uma fila atrás de si.
Impõe-se desde já redimensionar as faixas de rodagem, acabar com os cruzamentos, ficando temporariamente o dos Bombeiros e o do Hospital abertos a trânsito de emergência, construir uma rotunda a sério na Praça da República em volta da estátua de D. Teresa mesmo que seja preciso deslocar esta.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Regiões pequenas, interesses discrepantes

O líder “invisível” de múltiplas associações e empresas intermunicipais construídas à volta de Viana do Castelo, mas que não coincidentes no espaço, diz-se injustamente mal interpretado.
Que só quer o bem do Alto Minho, diz ele, olhando pelos binóculos de Santa Luzia. Vai mudando de lentes e assim vê a Região de Turismo do Alto Minho com 13 concelhos, a Valimar com 6, as Águas de Minho e Lima com 10, é uma confusão de interesses ocasionais, geridos em plataformas diferentes.
Claro que a nossa interpretação é de que, para este Senhor, todas as alianças que se façam à sua volta se justificam, o que está provado não ser benéfico para este estranho conjunto sub regional, esta manta de retalhos que dá pelo nome de Alto Minho.
Que cada um fale por si mas que se olha para além do nosso horizonte visual. Ponte de Lima está a ser seriamente prejudicado nesta confluência de vários interesses num jogo que está longe de ser limpo. Nós não podemos deixar-nos ir a reboque de estratégias pessoais, de interesses particulares sem integrar todos os interesses em causa num planeamento estratégico global.
Numa altura em que está posta de lado qualquer estratégia consensual, qualquer solidariedade regional também nós temos direito à autonomia que nunca devíamos ter perdido.
Se até pela via do I.R.S. vai ser possível incentivar a concorrência entre municípios, cada vez será mais difícil uma estratégia comum. E quanto mais pequenas forem estas regiões de trazer por casa mais discrepantes são os interesses dos concelhos que as integram.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

As Festas e Feiras são um martírio para os deficientes

De passagem por Covas encontrei o Vilarinho, velha glória da concertina e dos cantares da Serra de Arga. Mantêm a sua vivacidade, malgrado as intervenções cirúrgicas a que já se submeteu e a idade que já é alguma.
Este homem, presença assídua nas Feiras de Ponte e obrigatória nas Feiras Novas, continua a encarar a vida com a satisfação de quem nunca se amedrontou com a Serra que diante dele se apresenta esplendorosa.
Calcorreou o Cerquido, as Argas, Dem e a Montaria, todos os recantos da Serra e outras Terras das suas cercanias para que na Serra não houvesse frio, levando as suas mantas, meias e alegria.
Hoje o Vilarinho está mais comedido. Lá vai com o seu carrinho sem carta dar umas voltas, já se não dedica ao comércio, mas sente saudades das terras onde era recebido como pessoa da casa e agora lhe é mais difícil ir.
Mas o Vilarinho tem uma tristeza maior que lhe enevoa o coração. Ama Ponte de Lima e já cá não pode vir nos dias de Feira de que ele tanto gosta. Só o deixam estacionar longe e a ele custa-lhe andar até ao seu velho lugar junto da Torre da Expectação.O único lugar de estacionamento para deficientes existente na Baixa é junto ao quiosque à entrada da Ponte e no dia de Feira é ocupado. Nos dias de feira não há deficientes? A Câmara tem muitas outras alternativas. Porque não reservar outros lugares? Só contam os lugares de feira e as pessoas nada contam?

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Estratégias comuns querem soluções solidárias

A Câmara Municipal de Ponte de Lima vai cobrar nova taxas e nova tarifas em relação ao fornecimento de água para consumo e ao tratamento das águas residuais.
Tendo sido criada uma Empresa Intermunicipal, cujo funcionamento é necessário pagar, estamos prisioneiros da estratégia de outros municípios, sem autonomia para adoptarmos uma estratégia própria e mais competitiva.
É evidente que água não nos falta, nós não precisaríamos da água da Barragem de Touvedo. Vamos no entanto ter de pagar a “vaquinha”, para resolver os problemas dos outros. É uma solução solidária de aplaudir. Mas a solidariedade não é caridade e exige em circunstâncias idênticas contrapartidas em sentido inverso.
Cuidado, temos a consciência de ir pagar mais do que era devido para resolver os problemas de muita gente ingrata. Viana do Castelo e Caminha vão ter água com abundância, para não terem mais problemas no Verão, e que lhes faça bom proveito.
Para já sofremos com estradas esventradas há um ano e vamos sofrer no futuro com os aumentos dos preços. Para nivelar o nosso pagamento ao deles, que nisto não pode haver favorecidos.
É altura de fazer um aviso: Quando um político de língua solta, tipo João Jardim de Viana do Castelo, fizer ameaças de colocar portagens para atravessar a “sua” cidade, nós vamos tapar-lhe a passagem da água na nossa “terrinha”.
Claro que não vamos. Mas o desprezo que certos políticos nos manifestam não pode passar sem resposta.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

O lastimoso egoísmo de alguns políticos

Nem tudo é mau em Viana do Castelo. Chamo à baila o seu programa de reabilitação de prédios degradados, não para dar a tão pequena pata da garça à palmatória, mas para confirmar aquilo que ela disse na sua última aparição.
Quando é para si sabe fazer, quando é para todos é uma lástima, quando é só para os outros nem uma pequena ajuda dá. Reabilitar em seis anos cerca de metade das casas do Centro Histórico e assim recuperar habitação e comércio, muito bem.
Seguisse a Câmara de Ponte de Lima este bom exemplo. Mas esta só segue os maus. Deixa-se estar à espera, talvez como os próprios donos dos prédios, que os tempos melhorem. Nós não soubemos aproveitar no tempo certo e agora vamos a outra, se a houver, para não perdermos também esta.
O que temos de saber é com que companhias e acima de tudo quantos patamares é preciso subir para lá chegar. Que dimensão deve ter cada patamar. Uma coisa é certa, qualquer poder sedeado em Viana do Castelo não é benéfico para Ponte de Lima, nem para o Alto Minho e está posto de parte.
O Alto Minho tem que ser solidário (terminando com a segregação da Valminho), tem que se virar definitivamente para o Baixo, para o Sul (para a Galiza, para o Norte noutra perspectiva) e não deixar que a água corra toda para o mar. Que os do mar (Esposende, Viana do Castelo, Caminha), se puderem nem uma lampreia deixam passar. É preciso um freio neste egoísmo.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Querem enterrar de vez o Minho

A verbosidade, arrazoado de afirmações sem sentido que se deixa à interpretação de quem as ouve ou lê, é própria de muitos políticos que, à falta de argumentações lógicas procuram assim confundir as pessoas para justificar o seu imobilismo.
Acerca das Regiões de Turismo e outras realidades afins Defensor Moura, além de ter dito que as províncias e em particular o Minho nunca existiram, alvitrou que, a não ser só do Alto Minho, a Região de Turismo Alto Minhota deveria ser englobado numa região Norte Litoral para incluir o Porto.
É a velha fórmula de dividir para reinar, esticando os extremos das possíveis opções para não se ter que defrontar com uma só opinião oposta à sua. É a politica retrógrada e obstaculacionista.
O que é uma opinião, mas um pouco marginal à questão, é a sua sobre o problema da existência das províncias. Esta afirmação é natural vinda de quem vive tão fechado no seu casulo político. Não é natural é que ela passe sem contestação.
Este Senhor quer convencer os outros que uma realidade só existe se tiver conteúdo político. Pelo contrário qualquer pessoa tem a noção que às províncias corresponde a melhor divisão alguma vez feita no País, que consegue agregar o maior número de critérios geográficos pelos quais de deva fazer uma divisão.Que as províncias se não impuseram como unidades orgânicas a nível político é verdade mas sabemos por culpa de quem. Temos nós Limianos sido muito prejudicados por políticas mesquinhas como esta que nos fazem carregar o fardo do egoísmo vianense.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

As características do nosso comércio de Natal

Não temos dados sobre o contributo limiano para o grande consumo da época de Natal. Não só sobre quanto gastamos mas também onde e se alguém veio cá gastar algum.
Se sobre dados ainda é possível especular, não é por não os haver que vamos estar calados para não nos chamarem de especuladores. Aliás também à vista desarmada se vê.
Em Ponte de Lima a população flutuante sempre teve uma grande importância no incremento da actividade económica nas épocas festivas. Mas já longe vão os tempos em que os emigrantes entupiam as nossas lojas, tão elevado era o seu nível de vida comparativamente com o nosso.
Os nossos “emigrantes”, seja no estrangeiro, seja dentro do país, em especial lisboetas, ainda são uns bons dinamizadores do nosso comércio. Se os que estão no estrangeiro já não trazem o fervor consumista de outrora, são os de cá que mostram a melhoria no seu poder de compra que ocorreu nos últimos 20 anos.
Um dos motivos deste comércio é a procura de produtos mais genuínos que possam ainda encontrar na sua terra. Infelizmente se cada vez há menos, também fora destas épocas a sua procura é cada vez menor o que não incentiva o seu fabrico.
Quem já nada procura é outro tipo de visitantes, os velhos raizeiros da Maia, mais os Gondomarenses que os suplantaram. Passam por cá, a caminho ou vindos dos supermercados espanhóis, e só usam as casas de banho dos nossos cafés.
Será porque o que temos para lhes oferecer seja apenas aquilo que eles fabricam e nós lhes compramos?