sexta-feira, 30 de março de 2007

O Verdadeiro Contra Informação

Diz lá! … o que se passa? … para quê tanto segredo? … Ah! … Afinal! … Sim! … pois! … essa é boa! …parece impossível! … e eu que nada sabia! … mas que grande novidade! … já nada me espanta! …
Quem assim fala é um típico Contra. Faz perguntas, quer saber tudo, fala de todos entre dentes e de ninguém, que se ouça. È contra tudo e nada assume. Só se ri dos que perdem, que dos vencedores se aproxima sempre que pode.
O Contra é um perfeito manipulador da informação. Procura estar onde tudo se sabe. Não tem qualquer amor à verdade mas põe a “informação” a circular com o máximo de rapidez.
O problema está na limpidez com que essa informação circula. É que se o meio de comunicação estiver sujo, a informação sairá conspurcada. Que ela possa prejudicar alguém ou beneficiar outrem não constitui qualquer entrave.
O Contra não se preocupa em omitir alguma face dos acontecimentos e vê os protagonistas pela perspectiva que mais se coaduna com a teoria que já arquitectou.
O Contra vê um lado negro em tudo, trabalha para o realçar e para omitir o claro que lhe não interessa. Reduz a informação, tudo o que consegue apanhar, ao tamanho de uma pérola, burila-a bem, põe tudo numa frase e arremessa-a.
O dramático é que quem não é do Contra, quem é tão só pela verdade, quem quer passar alguma informação válida se vê impotente perante este meio hostil, tão habituado ao veneno da frase assassina.

terça-feira, 27 de março de 2007

Cosmopolitismo, urbanidade, ruralidade e saloiada

A urbanidade não pode ser exigida a quem como nós está em contacto tão permanente com a natureza, nesta terra de que importamos boa parte da sua força telúrica.
Pode-se-nos exigir ruralidade, estreiteza de pontos de vistas, passividade perante o aumento da diferenciação económica e social, pela renúncia a bens culturais.
Neste meio, em que o desaforo é a constância, só alguns felizardos conseguem ascender a patamares mais altos. Não é nas recepções e convívios de gente com glamour, onde estão aqueles que são idolatrados e se tenta copiar, que resplandece a cultura.
Por isso, quando no ano passado na inauguração do Festival dos Jardins, ideia muito interessante mas que não sobrevalorizo, um Secretário de Estado disse que estes representavam uma manifestação de cosmopolitismo, achei que ele se teria enganado, tão desgarradas são essas iniciativas no contexto limiano.
Não me surpreendeu que no recente 4 de Março, dia de Ponte de Lima, e no Teatro Diogo Bernardes, se passasse aquilo que um bloguista da nossa praça qualificou como acompanhamento sonoro dos telemóveis e movimentos de portas, de que me penitencio.
Mas valha a verdade que bater palmas a meio duma sinfonia é puro saloiice de quem se pela por estas manifestações efusivas. Poder-se-ia ele desculpar que só acompanhou a primeira fila, mas isso é o que diria qualquer ignorante como eu.
O que se queria é que houvesse urbanidade no dia a dia, que se respeitassem as ideias dos outros, quando elas são expressas com clareza e sem subterfúgios. Que se não seguisse sempre a fila da frente. Depois discutiremos onde está a cultura.

sexta-feira, 23 de março de 2007

Pronta a lutar contra os constrangimentos

A Garça está indignada. A Garça não transporta qualquer virose, tipo gripe aviaria, mas foi posta de quarentena numa edição do A.M. e resguardada noutra. A Garça não é independente, não é partidária, é política.
A Garça não é deputado municipal, não aceita rótulos, roupagens, chegam-lhe as tristes penas, mas é política. A Garça pretende manter a verticalidade que é sua e não contesta a dos outros, cada qual que mantenha a que tem.
A opinião da Garça é só a da própria, não arrasta atrás de si qualquer cargo, não vincula ninguém, ninguém se tem que achar pressionado por ela, se alguém vê nela alguma coacção moral o problema é dele.
A Garça faz política, e com a política pretende enobrecer, não pretende diminuir ninguém. Só se podem achar diminuídos aqueles que não pensam pela sua cabeça, que necessitam de tutores e em relação a esses tem uma moral superior. A política da Garça é a que a sua inteligência dita.
A Garça sobrevoa e não deixa de ver a ignorância, a vaidade, a inveja, a alarvice, sabe que estas “qualidades” existem em muito peixe do nosso rio que anda à caça de dejectos. Mas esse não lhe cairá no bico. Cada um que se eleve ao seu nível da Garça, que esta se não baixará.
Com a Garça os processos de vitimização não têm hipóteses, prefere os suicídios aos assassinatos de carácter. É paciente, sabe que custa passar do boato à informação leal.
A Garça está vigilante e pronta a tirar conclusões e a lutar contra os constrangimentos. A Garça compartilha os sonhos de liberdade, respeita o trabalho sério, responsabiliza-se pelo que diz e aceita que como os outros possa errar, que humano é.

terça-feira, 20 de março de 2007

O corte da água pode ser uma acto arbitrário

Já paira por aí alguma politiquice relacionada com a arguição de Daniel Campelo e mais dois funcionários da Câmara Municipal num processo por alegada “denegação de justiça”.
Estas coisas têm de ser vistas com ponderação, sem pretender embrulhar este caso com outros de perfil bem diferente. Se o caso é grave, se tem a máxima importância para quem se vê privado do acesso a um bem essencial, mais grave seria se fosse um caso de perseguição que pudesse ser interpretado como estando inserido num outro qualquer processo, que não a normal relação entre entidades com obrigações recíprocas.
Não se podem pôr em causa, antes se devem vincar bem e defender os direitos dos munícipes, mesmo quando se parece tratar de um caso esporádico. Já porque se presume que este caso não está inserido num comportamento sistemático é que não tem a relevância política pretendida.
Politicamente, se devemos aguardar a decisão judicial e saber os contornos precisos do processo, se há ou não execução de um regulamento, também devemos salientar que, se um regulamento que permite uma acção desta existe, tem que ser imediatamente alterado em função dos direitos dos utentes.
Quaisquer regulamentos existentes que permitam um acto arbitrário desta natureza são perfeitamente absurdos num País democrático em que aos munícipes se devem dar todos os direitos de defesa, antes de qualquer acto sancionatório de tal gravidade.Por tudo isto qualquer outra ilação política é para já desonesta.

terça-feira, 13 de março de 2007

Onde está a corrupção nas autarquias

Jogos de influência, uso de informação privilegiada, venda de facilidades, tais são os crimes mais comummente assacados à actividade autárquica e que caem no domínio da corrupção, seja activa ou passiva, envolva ou não valores monetários.
Os dois primeiros são os mais difíceis de provar, deixam menos rasto, não fora o “malfadado” telemóvel. Em todo o caso em que há crime é porque algumas pessoas têm acesso aos cordéis duma decisão e, por não terem uma noção correcta de justiça e equilíbrio, aplicam a lei em seu favor ou de quem as corrompe.
A linha que separa a legalidade da ilegalidade é por vezes tão ténue, imperceptível, que quase ninguém arrisca ultrapassar essa barreira e botar sentença pública e quase todos arriscam fazê-lo em privado, naquela noção de privado que facilita o diz-se, diz-se. Se os serviços não têm, nós também não temos sempre razão.
Maugrado, os nossos processos burocráticos apoiam-se em leis e regulamentos que nunca mais acabam e que não deveriam dar grande margem de improvisação, ou arbítrio. O problema reside naquilo que é contraditório entre tantas disposições, elaboradas por pessoas e em épocas diferentes.
As pessoas que têm à partida a noção que vão ter que infringir a lei ou entram em competição pelo mesmo objectivo sem confiarem nas leis, nos órgãos e nas pessoas que as deveriam aplicar, recorrem a esquemas paralelos, previamente montados, a pessoas com algum acesos aos cordéis da decisão, para obter o favor ou ganhar por qualquer preço. A verdadeira corrupção existe quando se é remetido para esses esquemas e com mais gravidade quando há uma competição desmedida e desleal.

sexta-feira, 9 de março de 2007

A deslealdade não tem limites

Vou ser indiscreto ao publicar aquilo que nem confessar se deve. No Alto Minho os concelhos do Parque da Peneda Gerez são e em particular Arcos de Valdevez é para mim o verdadeiro coração da região, o mais bonito lugar, mais telúrico, mais virginal.
As suas gentes não se distinguem sobremaneira das nossas, pelo que não me caberia fazer juízos de valor. Mas esta ideia, decerto de alguns espertos da Vila, de querer alguma benesse na saúde, à custa de Ponte de Lima, parece-me desleal, além de ser absurdo pô-los em concorrência.
Não fora isto e eu chamar-lhe-ia direito e não benesse. Maugrado realidades diferenciadas têm de ter soluções diversas e sem querer dizer que aqui as soluções não deveriam ser iguais, acho que o problema não está na distância Arcos de Valdevez a Ponte de Lima, como não está na de Ponte de Lima a Viana.
O problema está em que Arcos de Valdevez, se tem só cerca de metade da população de Ponte, tem uma extensão muito superior, uma configuração geográfica que dificulta a comunicação, um povoamento mais disperso.
O exemplo da Várzea, indicado nas televisões também não é o mais adequado. Eu perguntaria se da Várzea a Ponte de Lima pelo Lindoso não será para uma ambulância semelhante em tempo a um percurso Várzea Soajo aos Arcos, por Ermelo ou pelo Mezio?
Infelizmente os Arcos de Valdevez tem um argumento, a beleza, que em lugar de lhe ser favorável, lhe é prejudicial, porque condiciona, afasta, repele a presença humana, o que lhe não dá a dimensão populacional que a outros níveis alcança. Mas não se pode ter tudo, haja saúde!

terça-feira, 6 de março de 2007

O policiamento e as novas formas de delinquência

Mais um assalto em plena zona histórica de Ponte de Lima chama a atenção para a intermitente insegurança do nosso burgo. Os idealistas que se agarram à cor da farda para justificarem as suas opções e a sua inacção têm infelizmente que se assoar a este guardanapo, porque não olham para o essencial que são os meios.
Hoje a delinquência ataca em grupos organizados e sem fardas mas bem equipados, serve-se de todas as armas ao serviço das polícias e de outras mais modernas de que estes nem estão equipados, nem no geral estão aptos a utilizar.
Há uns tempos dizia-se que ocorriam assaltos porque os assaltantes localizavam facilmente o carro da polícia. Hoje a polícia, com mais carros, dispersa-os pela Vila para criar uma impressão de presença que não engana ninguém. Na noite são necessários métodos mais elaborados.
Também se tenta substituir o policiamento de esferográfica nas mãos por outro, dito de polícia de bairro, mas uma coisa é certa: O polícia não pode ser nem lobo nem cordeiro.
Andar a passar crianças e velhinhos nas passadeiras é muito meritório mas é obrigação de qualquer cidadão que se preze. Se também o polícia deve fazer isso é mais importante ter debaixo de olho os delinquentes, estar equipado para o que der e vier, com os meios de comunicação mais modernos, com acesso a bases de dados, com prontidão na mobilidade, com posicionamentos e linhas de patrulhas adequados, com tolerância para o cidadão comum, que já lá vai o tempo de com os polícias pôr medo às criancinhas ou deles fazer atracções turísticas.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Os primeiros culpados somos todos nós, os de aquém Lima

Periodicamente o tema da manutenção ou não da P.S.P. em Ponte de Lima volta à baila, trazido pelos activistas do P.S.D. local. O seu objectivo, frustrado é colocar a questão na ordem do dia.
Depois o P.S.D., secundado aqui pelo Deputado Abel Batista, quer inventar uma saga persecutória sobre o Alto Minho, por pretensamente o P.S. querer fechar tudo.
Infelizmente tenho que reconhecer que o Alto Minho tem sido por todos desconsiderado, dada a sua irrelevância política. Um exemplo foi a boicote sistemático que o P.S.D. fez à construção do Palácio de Justiça de Ponte de Lima e de outros investimentos no concelho, na tentativa chantagista de vender o favor e conquistar a Câmara de Ponte de Lima, que o diga António Martins.
Infelizmente ninguém é virgem nesta matéria e o que nós temos provado é não ter gente a representar condignamente o Alto Minho e o P.S. dá efectivamente um mau exemplo com as suas divisões internas que, se são sinónimo de democracia, também revelam a sua fragilidade e vulnerabilidade aos mais traiçoeiros ataques.
Se os dois sectores mais relevantes do P.S. se abespinham no sentido de querer provar mais fidelidade ao Governo, só deixam marcar pontos a esta oposição folclórica, sem consistência.
O Governo tem uma lógica nacional, cada vez mais aceite e vejam-se as sondagens, mas a sua repercussão aqui tem que ser analisada por nós, não só na vertente de reorganização de serviços como nas políticas activas que existem mas não chegam cá.
Cada problema tem de ser encarado dentro da sua lógica própria, da necessidade de coerência dos vários sistemas em causa, que a verborreia confusionista não leva a lado algum.
Por exemplo é pura ignorância ou má fé misturar tudo e querer que o Governo interfira em empresas já privatizadas, como a E.D.P. e a P.T. e que têm a sua política concorrencial e de relação com o cliente, cuja crítica só será aceitável se vinda do P.C..