sexta-feira, 13 de julho de 2007

A política não justifica tudo e os rótulos ainda menos

Quando se quer desvalorizar as opiniões de alguém diz-se que elas têm base política, não passam de politiquices. Mas se queremos fazer uma leitura correcta da opinião de outrem devemos aferir da medida em que ela comporta alguma sabedoria.
O conhecimento da posição política de uma pessoa pode ser tão importante como dos aspectos pessoais, sociais ou intelectuais. Mas isso vale para os dois lados, o de quem comenta e o daqueles que são eventualmente comentados.
É certo que tudo evolui e não se podem colocar rótulos definitivos. Há mesmo quem hipocritamente diga que não é nada daquilo que lhe atribuem, só o é enquanto isso lhe interessa. O coração está num lado, a carteira noutra.
Mas eu não vou por este caminho, nem faço sentenças morais baseadas nestes aspectos relacionados com o comportamento de cada um. As coisas valem politicamente o que valem quando se trata de política, mas valem socialmente o que valem quando se trata do relacionamento social.
E se eu me fosse pronunciar sobre aspectos pessoais fá-lo-ia em termos tais que não haveriam dúvidas. Mas eu não sou juiz embora saiba que há muito cretino empoleirado, mas valha-nos a verdade é que o deixam.
Pessoalmente até admito muito mais que me chamem idiota do que pretendam que as minhas opiniões se devem tão só a razões políticas. Até gostarei que quem entender que estou desfasado da realidade e só vomito anacronismos me chame à atenção.
A política não justifica tudo, nem tudo serve para justificar as posições políticas de cada um de nós. Se este espírito maximalista ainda existe é porque é atávico e renasce continuamente, século após século, regime após regime, líder após líder.
Mas eu não estou cá para fazer favores a líderes ou candidatos a tais. O meu pensamento é incómodo mas custou-me muito tempo e sacrifício, tenho mais do que me preocupar do que com as cócegas que ele eventualmente possa fazer a alguém.