sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Por onde passam os peões na Ponte de Anhel?

Muito recentemente foi inaugurada a ponte de Anhel, entre a limiana freguesia de Sandiães e a barcelense Alheira. Obra há largos anos necessária, dada a estreiteza da velha ponte e o volume de trânsito que por ai já circula.
À primeira vista parece ter ficado tudo nos trinques. Destoará o estado lastimoso em que ficou a ponte agora desactivada. Os parapeitos estão mal seguros, alguns bastantes danificados, necessitando de uma restauração apropriada.
As margens do Neiva mereciam também uma beneficiação que lhe restituísse a beleza. A partir desta ponte começa uma série de moinhos, os belos moinhos de Panque, ao descer o rio Neiva por uma inclinada rabina.
Mas olhando com mais atenção ver-se-á que há uma falha que mais se lamenta na execução desta obra. A ponte em si tem duas passagens para piões, devidamente protegidas por rails.
Estes passeios foram construídos porque o computador em que foi projectada esta ponte assim o imponha, por certo. É que, passada a ponte, só se consegue transitar a pé pela parte de dentro dos mesmos rails de protecção.
Dir-se-á que os rails são para proteger os carros e não as pessoas. Se alguma ficar esmagada pouco importa. Dir-se-á que o risco que as pessoas correm não justifica mais um metro de aterro.
Dir-se-á que por cada mil pessoas que passam de automóveis, passa uma só a pé e será azar se um acidente acontecer.
Miserável país este em que aos bem aconchegados e burocráticos técnicos das Estradas de Portugal nada acontece.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Passada a euforia das Feiras Novas vejam-se os erros cometidos

É sempre com alegria que vivemos as nossas Festas. No fim, então, procuremos esquecer isso para aprendermos um pouco.
Impõe-se que se não repitam os erros mais evidentes e grosseiros, que se avance no sentido de corresponder aos novos ritmos do povo, o de mais e o de menos idade.
Concluiu-se facilmente que quem pretende estender a Festa para aquém da sexta-feira à noite e para além da segunda-feira à tarde está a cometer um erro grave.
A Festa cabe bem nestes quatro dias que afinal são três. Evita-se a dispersão de energias, a criação de hiatos. A Festa deve ser em crescendo com o seu ponto mais alto no sábado à noite.
Os factos mais infelizes vamos atribui-los ao cansaço e desleixo resultantes de situações de monopólio de muitos anos.
O deslize no fogo de artifício de domingo pode entender-se, mas nenhum atingiu o esplendor de outros anos, se não na bombardearia final. A meteorologia não pode ser só a culpada.
Mas o ponto negro é a iluminação. Ao caso da Capela de Stº. António acresceu a decapitação do estame do chafariz. Também a iluminação da Ponte Medieval não correspondeu à expectativa.
Houve repetição de velhos motivos decorativos em toda a vila, duplicação de luz no Passeio e falta dela noutras artérias. A iluminação das casas está gasta, a do Lg. de Camões está pobre.
Não há motivação das empresas, não executam os projectos que apresentam, não há responsabilização. Quando se come do “doce” há tantos anos, surge fácil a arrogância e a prepotência.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

A polémica não iluminação de Santo António nas Feiras Novas

Uma surpresa nos estava prometida quando, erroneamente, se fixou um dia para a inauguração da iluminação eléctrica do recinto das Feiras Novas.
Esse dia, por antecipado, criou um hiato nada favorável à evolução em crescendo, em que deve ser estruturado o programa festivo.
As Festas não começaram da melhor maneira e, para ajudar, até a chuva apareceu. Mas, se a tal surpresa surgisse, talvez tudo se remediasse, valendo ela por todos os outros dissabores.
Mas, sinceramente, de uma surpresa deslumbrante ainda estou à espera. O que me surpreendeu, e talvez não tanto, foi a falta de iluminação festiva da Capela de Stº. António.
Iluminada com as pequenas lâmpadas em linha, a Capela de Stº. António constitui, desde há muitos anos, elemento central na maioria de fotografias, cartazes e pinturas alusivas às Feiras Novas.
A iluminação projectada não corresponde àquilo que no nosso imaginário se fixou como a imagem que, incluindo ou não fogo de artifício à sua volta, é uma das imagens marcantes das Festas.
A Irmandade de Stº. António diz zelar pelo seu património, em especial, as suas telhas, a Comissão de Festas das Feiras Novas quer usufruir sem condições de um bem que não lhe pertence, a razão fiquem lá com ela que o resultado é desastroso.

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Antelas - a estética, a economia e o ambiente

Muitas pessoas se espantam com as falhas que vão surgindo na estética paisagística. E, por estar próximo da Vila de Ponte de Lima e ser visível do Largo de Camões, com o nudez do Monte de Antelas.
Também a estética nos deve preocupar e, sendo certo que não há estética inocente, arte pura, belezas intocáveis, há neste caso uma ferida que, manifestamente, sangra.
Só que desde que o homem chegou ao ponto de alterar tão radicalmente a natureza, há que analisar este fenómeno também a outros níveis. E, a nível da economia local, a extracção e laboração da pedra são importantíssimos. Há sacrifícios que compensam.
Por outro lado, se aqui se cria um défice estético, ele é largamente compensado pelas obras maravilhosas a que a nossa pedra, há séculos, dá origem. A beleza espalha-se.
A solução é a minimização do impacte visual pelo cumprimento de regras há muito estabelecidas. Também outras agressões ambientais, como o destino das finas poeiras geradas nesta actividade, devem ser consideradas. E o magno problema da segurança de quem lá trabalha tem que ser resolvido.Acho que neste ponto o trabalho da Câmara de Ponte de Lima e da Junta de Freguesia de Arcoselo vai no bom caminho e, embora não tenha a visibilidade desejada, há empenho em que as coisas avancem num sentido dignificante para todos.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

As bandeiras negras na Gemieira

Os “pequenos” políticos têm como ambição seguir as pisadas dos “maiorezinhos”. Saber usar a televisão é um sinal de maturidade política e o Sr. P. J. de Gemieira, António Matos, sabe.
Colocar bandeiras pretas chama a televisão. Avisar que se vai movimentar nas Feiras Novas também o faz esperar que a televisão faça o favor.
As crianças são o menos. Aí a ambição é pequena. Se as condições foram piores no seu tempo e se chegou a político, bom defensor da sua terrinha, com lugar na capela do poder, para que querer mais?
Rejeita-se a junção de alunos e professores para melhorar as condições pedagógicas, de socialização e de desenvolvimento físico, emocional e intelectual, e isto é que está em causa. Não se aflora a questão fulcral que é o problema dos transportes.
A Câmara move-se, atacando as capelinhas, mas com política de capelão. Não dialoga, decreta. Quer fazer dos P. J. veículos da sua política, ordena. Quer fazer dos P. de Junta testas de ferro.
A gravidade da questão está em que esta Câmara encomendou esta “Carta Educativa”, que qualquer geógrafo rejeitaria. Onde os não havia, criou problemas. Inventou soluções desiguais. Agora vamos “discutir” na televisão aquilo que não soubemos discutir em Ponte de Lima. Vamos ser de novo motivo para o anedotário nacional. Já chega de chacota.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

O Parque da Madalena merecia mais respeito

O Parque da Madalena é, acima de tudo, um excelente miradouro, transformado em jardim e parque de merendas num dado contexto temporal e cultural.
Perante uma recuperação supõem-se respeito pelo passado e adequação às novas exigências, valorização do miradouro e criação de zonas de desporto e lazer e de outros atractivos.
Na realidade nada de muito significativo foi feito. Talvez a drenagem da água pluvial na coroa do monte. O restante do Parque continua esventrado, à mercê da irreverência das águas pluviais. Abaixo da zona tradicional só matos e eucaliptos.
As mesas estão sem condições para permitir qualquer piquenique. Os bancos estão degradados, os recantos românticos conspurcados, os tubos de água e electricidade por qualquer lado. O lixo corre nos recipientes cheios ou já destruídos.
Na zona da carreira de tiro real e mais à frente na “outra”, o lixo deixado pelos namorados é por demais. Os românticos banquinhos já não farão falta, porque nos dias de hoje se prefere o aconchego dos carros, mas estão arruinados.
Imponha-se uma intervenção de fundo e a definição clara do futuro da zona arborizada com eucaliptos e austrálias que engolem aquele espaço e são desadequadas na nossa região.
Disse-se que a Câmara iria lá investir uns capitais, mas lavando as mãos em relação ao resultado final. Temos de estar atentos porque é obrigação de todos nós ver se o dinheiro é bem gasto.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

A contramão na Rua do Arrabalde

Já apanhei dois sustos no mesmo sítio, junto à Casa da Garrida. De ambas as vezes, com “velhotes”, daqueles que fazem inversão de marcha dentro das auto-estradas. Com a faixa direita ocupada, sigo pela esquerda. De repente surgem os ditos numa situação em que até pensam que têm prioridade e há que frear.
Como junto à Ponte de Crasto tem um sinal de proibição, porém só limitado a pesados, os carros seguem e o sinal de proibição geral de seguir em frente no cruzamento que dá para a Adega é interpretado, por alguns mais distraídos, como se lhes não fosse destinado, por ser “igual” ao anterior.
Só porque a via em frente mantém a mesma largura pensam que é para aí que o sinal de proibição a pesados se destina e não reparam, por terem relaxado o estado de alerta, que ele é diferente.
Porque não reforçar a sinalização, pondo um sinal de proibição de cada lado da via logo a seguir ao cruzamento para a Adega.
A Câmara, diz-se, diz-se, que nos vai prendar com mais uma rotunda e mais uma via para o lado da Veiga de Crasto, mas está tudo, parece, em Banho-Maria. E já agora onde nos levará esta via dita? Aguarda-se uma entrada digna na Vila por aquele lado.Um conselho: projectem as coisas, mas acreditem na opinião pública, divulguem. Só quem não está seguro do que está a fazer omite os seus projectos. Aliás deveriam ser ante-projectos que pudessem ser valorizados com a intervenção dos interessados.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

A falta de organização do espaço das Feiras Novas

Eu gosto das Feiras Novas, não lhes “quero” grandes mudanças, mas devemos readaptar e melhorar a organização face às novas condições que os tempos vão impondo.
Antigamente os “brinquedos” das Feiras Novas vinham para cá e iam-se para casa em camiões alugados e até davam bastante trabalho aos nossos camionistas.
Mas hoje os proprietários dos “brinquedos” têm autênticas frotas que carregam a casa às costas. Como já se vêm desde há dias, desde quase um mês antes das festas, há camiões estacionados no areal.
Serão dezenas dentro em pouco, mais as roullotes, autênticos hotéis ambulantes. Formarão uma cintura entre a feira e o rio.
Entupirão tudo, não deixarão chegar junto ao rio uma ambulância ou um salva-vidas, ocuparão parte significativa do areal, impedindo a sua fruição e a transferência para lá dos que se instalam na Av. de Plátanos. Não deixarão ver o fogo do areal.
Visto da Ponte Medieval, o espectáculo mais parece um acampamento sem organização, selvagem, do que uma feira.
Devido a isto eu propunha que, como não se podem mandar aqueles veículos para o Parque de Transportes da Ribeira que está ocupado com o lixo da sua limpeza, enviem-nos para o Parque Industrial da Gemieira, que afinal tem lá espaço suficiente para tudo. Este conselho é grátis, daqueles mesmo grátis.