sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Por onde passam os peões na Ponte de Anhel?

Muito recentemente foi inaugurada a ponte de Anhel, entre a limiana freguesia de Sandiães e a barcelense Alheira. Obra há largos anos necessária, dada a estreiteza da velha ponte e o volume de trânsito que por ai já circula.
À primeira vista parece ter ficado tudo nos trinques. Destoará o estado lastimoso em que ficou a ponte agora desactivada. Os parapeitos estão mal seguros, alguns bastantes danificados, necessitando de uma restauração apropriada.
As margens do Neiva mereciam também uma beneficiação que lhe restituísse a beleza. A partir desta ponte começa uma série de moinhos, os belos moinhos de Panque, ao descer o rio Neiva por uma inclinada rabina.
Mas olhando com mais atenção ver-se-á que há uma falha que mais se lamenta na execução desta obra. A ponte em si tem duas passagens para piões, devidamente protegidas por rails.
Estes passeios foram construídos porque o computador em que foi projectada esta ponte assim o imponha, por certo. É que, passada a ponte, só se consegue transitar a pé pela parte de dentro dos mesmos rails de protecção.
Dir-se-á que os rails são para proteger os carros e não as pessoas. Se alguma ficar esmagada pouco importa. Dir-se-á que o risco que as pessoas correm não justifica mais um metro de aterro.
Dir-se-á que por cada mil pessoas que passam de automóveis, passa uma só a pé e será azar se um acidente acontecer.
Miserável país este em que aos bem aconchegados e burocráticos técnicos das Estradas de Portugal nada acontece.