sexta-feira, 6 de outubro de 2006

O valor de uma prenda é o de quem a oferece ou o de quem a recebe?

O Presidente da Câmara de Ponte de Lima, Daniel Campelo, brindou um dia o mediático Prof. Carrilho com uma escultura de granito fino de um Santo António, que o prendado, mais habituado a manipular ideias, deixou cair, vergado ao peso da substância.
O mesmo não aconteceu ao Rei da vizinha Espanha, quando o nosso Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, lhe ofereceu um PDA da última geração, com software português de gema.
A escolha de uma prenda assim tão soft teve o objectivo de chamar a atenção dos meios de comunicação para as nossas capacidades e realizações, que já vão surgindo nesta área e que nós devemos ser capazes de vender ao estrangeiro.
Desculpar-me-ão, porém, se manifestar a minha estranheza por esta oferta de um artigo que, sendo valioso é perecível. Não passarão muitos anos e ele será remetido para a pré-história da comunicação. A Realeza gosta de artigos mais substanciais.
A não ser que nós nos consigamos manter na crista da onda desta área e se consiga fidelizar o Rei dos Espanhóis como cliente destes produtos. Então este PDA poderá um dia ter direito a um lugar em qualquer museu dedicado à respectiva arqueologia.
Não fora esta esperança eu diria que esta é uma prenda mais para o mordomo do Rei do que para o próprio e que mais apropriada para Sua Alteza Real seria uma escultura de São João, artisticamente esculpida pelos nossos Irmãos Sequeiros, com fino granito das nossas pedreiras de Santo Ovídio.