terça-feira, 31 de outubro de 2006

Delicada papagaia, inocente pomba ou fraca milhafre

De certo que o nosso Director não pensou que eu poderia ter tido a indelicadeza de atribuir aos meus companheiros de coluna qualquer título que eu próprio rejeitaria. Mas resolveu brincar com esta questão das águias e dos abutres e nada de mais saudável.
Nunca a saudei, e disso me penitencio, a nossa companheira de jornada, a bela Rosa, e aproveito para preencher essa lacuna. Não a conhecendo pessoalmente, o que lastimo, também só agora lhe vou definindo os “contornos”, a substância a que me dirigir.
Espero vir a dar-lhe um beijo, que não no jardim, na redacção. Se me perguntar a opinião não lhe atribuiria o título de águia mas antes um mais gracioso de pomba … e branca, tal o seu reiterado gosto pelos jardins.
Jardins que não terão proporcionado tanto proveito assim, pergunte-se aos comerciantes, que não serão dessa opinião. Se me permite, dir-lhe-ei que já ouvi isto em qualquer lado, pelo que me parece que, em vez de águia, me está a parecer mais uma papagaia.
Jardins, harmonia ou desarmonia contextualizada, podem não ser mais que o pano que tapa tanta carência e pecam pela falta evidente de enquadramento, que não com a beleza da paisagem.
Por este andar, com a candura de uma branca pomba e a delicadeza de uma papagaia, ainda um dia, ao passear nos seus amados jardins, algum fraco milhafre, que aqui não chegam as altaneiras águias, poderá picar sobre si e (oh “recordações”!) vir a comer consigo algum piquenique de … pomba na relva.