sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A nossa face é o Rio

Ponte de Lima, o velho burgo, assentava sobre a ladeira poente de uma suave colina sobranceira ao Rio Lima. A sua expansão presumia-se, e está a acontecer, estendeu-se para o lado sul e continuará a fazer-se no sentido da velha estrada de Braga.
Face à dimensão que a Vila virá a assumir, a sua relação com o Rio cada vez mais se parece com a ponta de um funil, na estreiteza da sua extensão. Mas o que não pode restar em dúvida a ninguém é que esta será sempre a cara de Ponte de Lima, a sua face mais visível e identificadora, como o atesta o pintor André Rocha.
Alguma monumentalidade, a marginal ribeirinha, o Rio, eis como nos mostramos aos outros. Mas impõe-se também que se fortaleça a nossa ancestral simbiose com o Rio, aspecto que, não sendo comparável em Montalegre ou Abrantes, tem merecido a máxima atenção por parte das respectivas autarquias.
Em Ponte de Lima não se sai dos “pré-projectos”, “estudos preliminares”, intenções avulsas, que só residem na cabeça de alguns, concretizações desgarradas. Quando ainda se não resolveu o problema do espaço entre S. João e a Sr.ª da Guia, já se fazem obras sem projecto, sem uma visão estruturante em Campo Raso e na Veiga de Crasto.
Ponte de Lima necessita hoje destes espaços, não para os cravejar de cimento, mas de campos desportivos, jardins, bosques, porque não de parques de exposições, de espectáculos, tudo feito com harmonia, sem acavalitamentos e promiscuidades.
Em Ponte de Lima não se pensa no futuro e depois faz-se tudo à pressa, que assim nem projectos, nem discussão fazem falta.