sexta-feira, 11 de abril de 2008

Os jovens sem horizontes ficam-se pelo caricato

Os jovens têm à sua frente o tempo todo do mundo. Os jovens têm à sua frente o mundo todo. Aquilo que podia ser outrora motivo de aventura, que se desconhecia e só pressentia para além das nossas limitadas vistas, fronteiras, possibilidades, é hoje um mundo aberto, amplo, fraterno.
Por mais divergências que tenhamos com o mundo, nós sabemos que ele nos compreende, sabe quais são as nossas ambições, conhece os nossos mais íntimos desejos. E nós também o entendemos, sabemos que ele não quer mais do que nós queremos, que os seus desejos são os nossos, afinal.
Este anel à volta do mundo não é o anel da solidariedade que se imponha mas pelo menos é o anel da humanidade em que cada vez mais nos reconhecemos. Sabemos que temos que viver uns com os outros, mas que isto não é nenhum mal a que estejamos condenados, antes vai servir cada vez mais de alimento para a nossa criatividade.
A nossa vida colocou-nos em diferentes pontos de observação, limitou de modo diverso o alcance das nossas vistas, submeteu-nos a um constante vai e vem de perspectivas. Quando se pensaria que os homens mais experientes seriam os mais avisados, eis que nos surge na nossa frente uma luta incessante de interesses a que com dificuldade fugimos.
A nossa juventude tem o tempo e o mundo à sua frente mas também estes perigos da insensibilidade e da mesquinhez. Os interesses não são apanágio dos velhos mas também ela os já bebe com o leite materno. Por isso o esforço educativo tem que ser canalizado para a humildade e a fraternidade, para a comunhão da alegria que não seja à custa da tristeza.
Na minha juventude andávamos sempre à procura do caricato para nos rirmos. Encontrávamo-lo por todo o lado e pouco mas também na escola. Hoje com tanta permissividade, mas tanta regra, o jovem também procura. O caricato está pouco por todo o lado e muito na escola. Esta tem que lhe abrir novos horizontes.