sexta-feira, 14 de março de 2008

A nossa morfologia casa-se com o rio e as canoas

Nós Limianos, será melhor não entrar nessa polémica do nome, vivemos pouco virados para o rio que no-lo deu. No entanto nós não lhe devemos só o nome, devemos-lhe tudo, esta largueza de vistas, esta paisagem cercada de serras, estas planícies fartas, este ar puro, este céu azul.
Conhecemo-lo como um rio rebelde. Não tinha aquela paragem tão acentuada no Lindoso. Vinha de “Las Conchas” com tanta bravura que mantinha limpas as suas margens, a areia fina do seu leito, a sua água era límpida e cristalina. Galgava as margens no Inverno, mirrava nas suas areias no Verão.
Hoje ainda não é o charco de água putrefacta que outros são, o canal de imundice em que alguns se tornaram, traz sempre alguma água graças à sua retenção na barragem do Lindoso, mas a sua estagnação torna-a pouco límpida, a poluição também sub-repticiamente se vai agravando.
Mas o Rio Lima ou Limia, como se queira, é a menina dos nossos olhos e tudo devíamos fazer por ele. E devemo-lo utilizar em todos os aspectos que quanto o mais fizermos mais o amamos. Se ainda pudermos fazer piquenique e andar de barco.
A nossa juventude tem hoje ao seu dispor o Clube Náutico de Ponte de Lima, como espaço para a prática de um desporto saudável. A canoagem casou-se de tal modo connosco que, sendo hoje já um desporto importante, sem dúvida irá constituir no futuro o desporto mais praticado em Ponte de Lima.
A canoagem adequa-se perfeitamente à morfologia da maioria dos nossos jovens e tem pois um vasto campo de aplicação. Adapta-se tão bem como se a canoa fosse a mais natural maneira de nos relacionarmos com a natureza. Decerto que é a mais antiga.
O único contra é que o rio necessitava de uma adaptação para a prática da canoagem, da criação de um canal mais fundo que desse outra sustentabilidade às canoas. As algas finas que tomam conta do seu leito enrolam-se nos lemes, os barcos encalham nos bancos de areia, os atletas lesionam-se.