terça-feira, 23 de janeiro de 2007

As Festas e Feiras são um martírio para os deficientes

De passagem por Covas encontrei o Vilarinho, velha glória da concertina e dos cantares da Serra de Arga. Mantêm a sua vivacidade, malgrado as intervenções cirúrgicas a que já se submeteu e a idade que já é alguma.
Este homem, presença assídua nas Feiras de Ponte e obrigatória nas Feiras Novas, continua a encarar a vida com a satisfação de quem nunca se amedrontou com a Serra que diante dele se apresenta esplendorosa.
Calcorreou o Cerquido, as Argas, Dem e a Montaria, todos os recantos da Serra e outras Terras das suas cercanias para que na Serra não houvesse frio, levando as suas mantas, meias e alegria.
Hoje o Vilarinho está mais comedido. Lá vai com o seu carrinho sem carta dar umas voltas, já se não dedica ao comércio, mas sente saudades das terras onde era recebido como pessoa da casa e agora lhe é mais difícil ir.
Mas o Vilarinho tem uma tristeza maior que lhe enevoa o coração. Ama Ponte de Lima e já cá não pode vir nos dias de Feira de que ele tanto gosta. Só o deixam estacionar longe e a ele custa-lhe andar até ao seu velho lugar junto da Torre da Expectação.O único lugar de estacionamento para deficientes existente na Baixa é junto ao quiosque à entrada da Ponte e no dia de Feira é ocupado. Nos dias de feira não há deficientes? A Câmara tem muitas outras alternativas. Porque não reservar outros lugares? Só contam os lugares de feira e as pessoas nada contam?