sexta-feira, 11 de maio de 2007

Continuará a haver Cavalos de Tróia?

Em Ponte de Lima quando se faz algo bem feito não se deixa cair o mérito na rua, toda a gente é ciosa de o guardar. Mas já, quanto ao que está mal, todos lavam as mãos, é invariavelmente obra dos outros, invariavelmente dos que não fazem nada.
Não sei como isto é possível mas já admito tudo. Há quem pretenda que o que existe há séculos foi construído ou desenterrado há poucos anos. Também ninguém quer falar do nosso verdadeiro passado como que haja vergonha dele.
Se a recuperação do Centro Histórico de Ponte de Lima jaz parada, a culpa é de alguém. Tarda a recuperação dos prédios mais avantajados e em estado de degradação avançada. Questões burocrático/legais? Dificuldades económicas?
Mesmo correndo o risco de ficar sem o meu lugar no Largo de Camões (o Zarolho da Paula) é imperioso que se faça algo. Os proprietários, os que herdaram ou comprarem com intuitos honestos deveriam ter facilidades e apoios. Dos especuladores não tenho eu pena, mas aqui o resultado é que deveria importar mais.
Para todos os efeitos interessava que fosse criado alojamento na zona histórica. De certo que escritórios também, eram precisos embora não haja empresas e mesmo estas os instalam cada vez mais junto aos locais de produção. E comércio especializado que o grossista não cabe aqui, deixá-lo para as rotundas.
Ponte de Lima tornou-se um concelho marginal desde que deixou de ter significado o intercâmbio com a Galiza. É necessário retomá-lo, integrando-nos no movimento de ligação transfronteiriça, mas não veja iniciativas, a não ser mandar para lá trabalhadores.
Manietado pela dinastia de Avis que conseguiu introduzir dentro das suas muralhas um cavalo de Tróia, Leonel de Lima. Irrelevante no próprio Minho, Ponte de Lima podia ter sido um concelho estandarte, tornou-se um concelho submisso. Por mais que alguns se queiram pôr em bicos de pé.