sexta-feira, 25 de maio de 2007

O falso padrão televisivo

A maior ilusão que nos foi criada é a televisão. Persegue-nos por todos os lados, sem que nós nos apercebamos disso, antes pelo contrário, nós temos a ilusão que passeamos pelo mundo.
A verdade é que isto talvez não fosse grave, não fora nos ausentarmos inadvertidamente do sítio em que nos encontramos. É tão grande a quantidade de outras aparências que ela nos cria que já dificilmente nos imaginamos como sendo só do nosso lugar.
Uma delas é a estarmos próximo de tudo, de repente parece ser tudo familiar, já nada estranhamos, tudo nos aparece pela casa dentro já devidamente tratado, editado como dizem, pronto a ser assimilado pela nossa inteligência televisiva.
É-nos criada a ilusão de que já sabemos de tudo, estamos aptos a discutir as questões mais complexas, seja qual for a sua natureza. Seria bom se a televisão nos despertasse para procurar saber mais através de outras vias, mas falta-nos tempo para isso.
Na realidade estamos cada vez mais afastados do que verdadeiramente interessa, com a atenção demasiado dispersa, sem benefício que se veja em termos de compreensão do mundo, de solidariedade para com os povos mais infelizes.
Descuramos os contactos com os que fisicamente nos estão próximos, os diálogos directos, que não sejam sem a intermediação dessa presença obsessiva dos projectores que só captam os contornos da realidade que se salientam pelos aspectos mais marcantes e excessivos, seja pela positiva ou negativa.
Temos que ser mais selectivos, escolher melhor os motivos de interesse que nos devem despertar mais a atenção, ler mais jornais e livros, utilizar a Internet com moderação, mas acima de tudo conversar mais, dialogar, procurar compreender os outros e criar os laços saudáveis que a televisão nos não ensina a tecer.