sexta-feira, 1 de junho de 2007

O estranho silêncio sobre o T.G.V.

O tema não tem sido abordado, não se têm manifestado preocupações, muito menos oposições ou apoios à passagem do TGV por terras limianas, o que já é entendido como certo por espanhóis e portugueses.
Podíamos ir mais longe e questionar a validade do projecto em si e andaríamos aí indefinidamente à volta da sua falência económica e da sua necessidade política.
Mas aqui manda quem pode e parece que estamos mais dependentes da vontade europeia e galega do que da nossa própria. São assuntos que, dizendo-nos respeito, nos ultrapassam.
Fiquemos pois tão só pelas implicações locais, porque nós só temos que ceder a passagem e desejar boa viagem. Por exemplo é garantido que paragem do TGV aqui não vai ter.
Mesmo não sendo um daqueles super rápidos, mesmo sendo a sua velocidade limitada, a sua eficácia exige poucos apeadeiros. O resto do trajecto que seja feito pelas normais estradas de Portugal.
Portanto entre o Porto e Vigo parará em Braga e já é bem bom, dizem. Nós cá vamos suportar todos os inconvenientes. E benefícios? Nenhum. Mas eles dirão que não têm culpa de estarmos aqui. E já não há coutadas, pelo menos quando isso lhes interessa.
São conhecidas as dificuldades provocadas pela deslocação do ar, o corte em dois do espaço circundante. Esta barreira torna-se intransponível para muitas espécies animais, mesmo para o homem. Esta barreira vai condicionar muito o futuro.
Só a irregularidade do solo, obrigando à construção de muitos viadutos e túneis, permite alguma circulação, nem tudo é mau. Mas se esta linha vai contribuir para o progresso, deveria haver muita gente a reclamá-la para si. Não é estranho?