sexta-feira, 15 de junho de 2007

O que nos falta daquilo que os Galegos têm?

O aumento significativo do PIB Galego nos últimos tempos dá azo a muitas e variadas interpretações, a favor desta ou daquela causa. Terá este facto a ver com a regionalização operada em Espanha, com a dinâmica nacional, com a estrutura activa, com a preparação do activo laboral, com o dinamismo empresarial, com a capacidade para atrair investimentos, com as condições naturais?
Normalmente a análise mais fácil é feita em termos comparativos e mediante conclusões rápidas do tipo: O nosso atraso deve-se ao que cá nos falta daqueles factores e que eles têm em quantidade adequada.
O certo é que a economia, se fosse assim tão simplista, qualquer merceeiro podia ser Ministro da dita pasta. Mas podemos dar de barato que todos aqueles factores têm a sua importância relativa e só a sua conjugação permite obter bons resultados.
Se as coisas não estão pior do lado de cá da fronteira, do Minho ao Douro, de Ponte de lima a Marco de Canaveses, é porque muito trabalhador de cá só lá encontra onde labutar e trás para cá algum daquele PIB lá gerado, mas, e ainda bem, nem todo lá distribuído.
É um pequeno quinhão mas já permite que se diga que em Ponte de Lima não há desemprego, porque os nossos têm de trabalhar e morrer na Galiza. E permite que se diga que o aumento daquele PIB não é assim tão linear, mas afinal também corresponde a um aumento da massa laboral.
De qualquer modo, se o produto do trabalho dos nossos deslocados fosse realizado do lado de cá, maior bolo cá ficaria e menos dependentes seríamos daqueles que para seu proveito nos vão fornecendo esse trabalho, porque são os donos dos meios.
Afinal o que nos falta para termos a atractividade da Galiza, principalmente se pensarmos que a Galiza partiu de um patamar semelhante ao nosso e foi durante séculos vítima dos mesmos atavismos que sempre nos trouxeram agarrados ao passado?