sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Que utilidade dos espaços de cargas e descargas?

A Vila de Ponte de Lima está enxameada de linhas, cruzes, zebras amarelas, que lhe dão uma colorido inédito, mas vá lá que o partido que usa tão bizarra cor ainda não protestou.
Quem protesta sou eu, que, presumo, numa sociedade civilizada bastasse uns singelos sinais para que todo a gente respeitasse as normas do Código das Estradas, aplicadas aqui ao nosso Centro Histórico.
Mas, a não ser assim, a ser necessário reforçar, duplicar ou até triplicar os sinais para que ninguém se desculpe por ser cegueta, então há que dar alguma utilidade à coisa.
São essencialmente locais de paragem para descargas, presumo que para as pesadas, que para as ligeiras ninguém as respeita. Na verdade aquilo que é pesado não raro se leva com um carrinho de mão, o que é leve leva-se sentadinho num carro a cavalos de força.
Nas ruas reservadas a transito pedonal os carros deambulam sem qualquer controlo. Cartas, caixotes, caixinhas, recados, até a encomenda da mulher, servem de pretexto para subir a rampa e atravessar a zona. Dir-me-ão: a gente é pouca, o comércio é fraco!
Este corrupio constante, sem ninguém perguntar ao que vai ou do que vem, não é abuso de compradores, que este, dada a crise e a dita falta de proximidade, seria desculpável, vá lá venham comprar que não precisam de levantar o rabiote, mas é praticado por comerciantes e fornecedores que atropelam todas as regras.
Os mais “espertos” deixam carrinhas umas horas com a caixa aberta, espalham mercadoria pelo meio da rua, que os clientes só compram se se lhes meter a mercadoria nas suas barbas. É a táctica dos bazares marroquinos ou da feira dos ciganos.
Os pisos são um leve capa de granito, as tampas partem com o peso duma mosca, o óleo espalha-se para aumentar as tonalidades, a salitre estende-se, os passeantes que se desviem, que façam zig-zag no labirinto dos privilegiados, supremos bens: Os carros.