sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A publicidade, o desleixo e a fome nas Feiras Novas

Acabadas as Feiras Novas há que fazer um balanço, ponto a ponto que, balanços globais, aparentemente mais apropriados, também não deixam de ser feitos partindo de uma perspectiva particular, a que se dá mais realce.
Gostei do desfile taurófilo. Posso mesmo dizer que me surpreendeu a qualidade dos carros alegóricos. Mas como o não queria só para mim, teve de criticável acabar muito cedo, quando alguns ainda estariam a almoçar e muitos não tinham chegado.
Teria sido apropriado um outro trajecto que permitisse levar toureiros, forcados e bandarilheiros à praça de touros e o desfile se pudesse prolongar por mais tempo de modo a ser visível por mais gente. Não é nossa tradição fazer cortejos tão cedo.
O cortejo etnográfico perde qualidade de ano para ano, correndo o risco de se tornar um desfile publicitário, misturando coisas tão díspares como jogadores de futebol, de golfe e do pau. Eu sei quem merecia levar uma paulada.
Teve coisas quase perfeitas, é certo, como o malhar do centeio ou do feijão, com os figurantes vestidos quase a rigor. Será sempre de realçar a disponibilidade para desfilar em fato de folclore ou de qualquer forma apeada que grupos sentados em anfiteatros montados em camionetas não são o mais correcto.
Um estanca rios estava um brinco e os velhos moleiros estavam um brincão. Mas temos que pôr mais esmero num cortejo, ocupando a hora nobre e por estar copiado por tudo que é festa e romaria, se tem que realçar pela excelência. Aquilo que suscita uns risos leves não chega para fazer a festa.
Têm se ser chamado a colaborar o sector da restauração, que por mais razões de queixa que tenha dos despropósitos da clientela, dos excessos cometidos, da falta de pessoal para o trabalho, do custo da higiene, tem algumas mas não todas as desculpas para fechar.