sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A sexualidade e a natalidade, de indutores a incompatíveis

Reduzir a sexualidade a um factor determinante para a procriação já hoje está posto de parte nas sociedades mais desenvolvidas. Hoje até constituirá um factor negativo que leva mulheres e homens ou os dois a rejeitarem os nascimentos com o fito de desenvolver uma sexualidade mais sofisticada.
Nos países menos desenvolvidos ou nos guetos sociais essa ligação primária é fonte de mais miséria, muito sofrimento e de morte. Numa fase mais atrasada da humanidade a sexualidade era efectivamente o estímulo que levava à reprodução da espécie. Mas a libertação dessa ligação é um avanço que deve ser reconhecido.
Hoje, numa fase mais adiantada da civilização, a procriação está condicionada por factores económicos ou provoca efeitos económicos seja qual for o prisma pelo qual se veja. Embora outros factores possam intervir, são estes os principais que o casal tem em consideração para avançar com a procriação.
A procriação é no geral considerada um sinal de esperança e altruísmo pelo que, quando um casal não acorda nela, é porque há desconfiança e egoísmo. Ambos, mulher ou homem, ou os dois recusam-se porque um ou os dois fazem contas e a discussão acaba por se reduzir a haver ou não condições económicas.
Esta é a ideia geral mas a maioria das pessoas não chega aí. Fica por outro tipo de condições, pelos hábitos de vida adquiridos, pela gestão do tempo para não frustrar outros objectivos, pelo sentimento irremediável de perca, pelo temor de que um passado que custou tanto a passar possa voltar a ser o futuro dos filhos.
É muito o tempo, até perto dos trinta anos ou até mais, que a mulher (e o homem) passam potencialmente férteis, com condições para realizar a sexualidade mas não a natalidade. Por isso para obstar à tão fraca taxa de nascimentos hoje existente tem que haver uma preparação psicológica para que aos trinta anos, quando já tiverem algumas condições, os jovens não estejam já tão descrentes na virtude natalícia.