sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Como resocializar a marginalidade

Não faltam pessoas a dizer mal, como não faltam as que digam bem doutros crimes, conforme as exigências próprias. Minoram as opiniões que contribuam para não meter tudo no mesmo saco, mas também para não desculpabilizar alguns marginais legalizados.
Quando alguém acusa outros de haver actos de vandalismo, não raro recebe como resposta que, se vermos bem a coisa, não é tanto assim, até somos uma vila, um país pacífico. É uma solução que o não é, é dizer que com o mal dos outros os que não são por ele atingidos podem bem. E os actos vão acontecendo.
Todo o vandalismo, inclusive o pequeno, deve ser combatido porque é indesculpável. O medo e a exemplaridade das sanções são a única forma de obstar à propagação do espírito de imitação.
O pequeno delito pode ser uma experiência feita por um “potencial” criminoso para testar a sua própria força espiritual. Mesmo sem qualquer inclinação prévia o sucesso de um delito prepara emocionalmente o praticante para um mais grave. Relaxa a exigência que todos fazemos a nós próprios de sermos dignos.
Criou-se a ideia bizarra que o pior maldizente, o delinquente é um espírito fraco que não resiste a uma tentação qualquer. Na realidade ele sabe que está a desrespeitar normas de convívio social indispensáveis e a fraquejar em face das exigências feitas.
Mas ele também se fortalece porque desta maneira assegura o “direito” de ser rico, a ser “respeitado”, de pertencer a um grupo de cultura contestatária e a socializar-se por essa via esconsa. Todos se conformam a que os marginais façam parte igual da sociedade.
A resocialização seria um processo de desvinculação e reorganização de estruturais mentais, um repensar do relaxamento humano que ajude a canalizar e reagrupar as forças pessoais para vencer as dificuldades que a sociedade cria a todos.
Tudo nos serve para julgar as pessoas e a sociedade, mas falta-nos a força moral para exigir aos outros um acto de vontade que vá mais fundo, às razões da nossa existência e que não exigimos a nós próprios.

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