sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Falta uma música ambiente que nos anime

Alguém me disse que melhor seria a música que tem constituído o ambiente sonoro das manhãs e tardes limianas ser a do Quim Barreiros, da Maria Celeste e do Marinho. Não vou tão longe.
Se o objectivo é criar o ambiente propício para o Natal, não haveria necessidade de música tão suave e intimista como aquele que se ouve para lembrar a aproximação de uma festa já de si aconchegadora e familiar.
É gratificante qualquer apelo à família que foi e deve continuar a ser o nosso mais importante centro de interesse. À sua volta reúnem-se novos e velhos com diferente empenho em manter laços, relações, simples afinidades sempre importantes para o nosso sistema referencial. Mas o Natal é uma oportunidade única.
Este encontro familiar, cujo carácter não é apenas simbólico, tem sobrevivido a muito artificialismo e corre o risco de ser submergido pelo valor de troca das prendas e por outras manifestações frívolas do universo mercantil. No entanto não vem mal ao mundo que se anime a rua e dinamize o comércio.
A família, mesmo sem as características doutros tempos, mantém o privilégio de constituir um alicerce para edificar a vida. Cabe à família não se deixar enredar por invejas e vaidades. Uma família está unida se todos compreenderem as dificuldades de uns perante a sorte que bafeja outros.
O Natal não se pode transformar num momento artificial, social somente, uma feira em que as vaidades se trazem até à família. Mas também não pode ser um altar de lamentações, de renúncias, de mortificações. Não há razões para viver o Natal escondido.
Uma boa música é uma maneira de ajudar a criar um ambiente salutar, de confiança no futuro, na transmissão familiar, no nascimento. O estereotipo da música de Natal tem mais a ver com o clima que normalmente se faz nesta altura do que com os sentimentos que se partilham nesta ocasião. O Natal de hoje necessita de música mais quente e apelativa.