sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Espaço é coisa que nos não falta, soubéssemos nós organizá-lo

Da feira do gado ou da feira das galinhas, aqui bem junto ao Largo de Camões, saíram vários craques da bola. Era aí o campo de treino privilegiado da mocidade de há uns trinta anos para trás. E espectadores não faltavam em cima dos paredões.
Ao fim da tarde, depois da escola, mas também já do trabalho de muitos, juntavam-se aí ao fim da tarde para uma peladinha, para queimar as últimas energias, para afinar os músculos, que não para ganhar apetite, que esse não faltaria.
Nos dias de hoje os carros tomaram conta daqueles espaços. Faltam na área da zona histórica um palco para alguma actividade física dos mais jovens. A energia é muitas, os jovens alimentam-se bem, de certo que em excesso e uma bola é sempre o atractivo maior para começar uma brincadeira, seja qual for o local.
Uns esperam que os pais fechem os estabelecimentos, outros pelos autocarros que os hão-de levar à aldeia, os jovens não podem simplesmente estar parados, hoje já não toleram tempos mortos, de simples contemplação da natureza.
Por sua vez a gestão do espaço urbano passa por criar pequenas zonas verdes, áreas de lazer, livres de carros, esplanadas ou outros equipamentos urbanos, para permitir uma fruição sem regras e sem constrangimentos do espaço.
Mas há espaços onde as regras terão que existir, não é possível coabitar gente a passar, esplanadas apinhadas e miúdos a dar chutos despropositados a bolas de futebol de onze. Neste jogo de interesses entre os vários utilizadores do espaço público é necessário intervir para satisfazer a todos.
Temos a maior sorte do mundo. Espaço é coisa que nos não falta, soubéssemos nós organizá-lo, dispusesse-nos os vários equipamentos convenientemente e teríamos todos algum reservado para as nossas actividades mais favoritas.

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