sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Contra o ruralismo, a artificialidade, a submissão

O progresso provoca alteração dos ritmos, mas estes, só por si, estão longe de ser sinónimos de desenvolvimento. Muitas pessoas adquiram ritmos que nada têm a ver com a sua vida, andam sempre apressados à procura do nada.
Isto será uma “doença”. Como o é estar sempre apático, não alterarmos o comportamento perante qualquer sinal de emergência nossa ou alheia. Diferente será agir com frieza, o que pode ser habituação e profissionalismo e não indiferença.
Entre dois modos de ser tão extremados há muitos outros, mais ou menos louváveis, mais ou menos criticáveis, humanos como houverem de ser. Por aqui não há nada a dizer. Não podemos é defender ritmos de vida ultrapassados ou contribuir para a introdução doutros menos apropriados.
Quando falamos em ruralidade ou urbanidade associamos erradamente estes conceitos a outros que se referem a defeitos ou qualidades circunstanciais. Tudo se quer no seu lugar porque nada mais prejudicial a um dado ambiente do que o artificialidade. Não é baseado em factos isolados que diremos que há isto ou aquilo.
Tudo evolui e qualquer imposição é nefasta. A ruralidade subsiste em Ponte de Lima e até é defensável, se for do agrado de quem nela vive. Mas será abominável se promovida a ruralismo por quem acha que pode tirar partido dele, como realidade imutável.
A urbanidade é defensável e deve ser mesmo promovida como forma de contacto e convívio entre as pessoas. Mas é abominável quando esconde a introdução de comportamentos pretensamente evoluídos ou incomportáveis por demasiado sofisticados.
O maior problema nesta questão é que o maior transmissor de novas maneiras de proceder é a televisão, que o faz com muita superficialidade e artificialismo e que introduz, como comportamentos tipo, modismos e novidades passageiras que deixam rastos perniciosos. Cada um deve fazer o seu caminho, sem renegar o meio em que vive, mas sem se submeter a ele.