sexta-feira, 9 de novembro de 2007

A nossa defesa está na frágil atmosfera

Para nossa sorte a Terra ainda não saiu da sua órbita e continua a rodar sobre si mesma num movimento que, à nossa dimensão, é perpétuo. Mas, se o Sol, por efeito da conjunção desses factos, continua a baixar no Outono, o calor do Verão não nos quer largar.
As alterações que estamos a sentir não tem pois a radicalidade que teriam se houvesse uma mudança naqueles parâmetros, mas já são suficientes para pensarmos que algo de menos esperado está a acontecer e que muito pior pode estar para vir.
Nós não estamos preparados para tal mutação mas parece que o estará muito menos o coberto vegetal, mesmo as árvores. Tudo e todos estamos a sofrer as consequências da nossa leviandade.
A irresponsabilidade é dos que da economia fazem uma arma da sua ganância e de luta. A insensatez é dos que querem viver no mais imediato e aparente bem-estar, sem cuidar de saber como, nem à custa do quê e de quem.
Comprometemos o futuro de tudo e de todos com as nossas desmedidas ambições, a nossa suprema inveja de beneficiarmos de todas as conquistas científicas e tecnológicas que não estaria nos desígnios do Universo virem a cair na posse de seres tão perversos como os humanos.
Para sobreviver não temos que regressar à idade da pedra mas temos decerto de fazer concessões ao realismo em detrimento da nossa ânsia de avançar às cegas num caminho cheio de armadilhas. Em particular a ciência tem que ter em conta a irreversibilidade ou não de todos os processos de fabrico.
Tudo se desmoronará se não protegermos o nosso escudo atmosférico. Aquilo a que nunca demos importância, o ar, porque o julgávamos imenso, necessita de ser tratado com delicadeza para lhe não retirarmos as propriedades que a sua composição permitiu que nós chegássemos até hoje sem grandes sobressaltos.