sexta-feira, 20 de abril de 2007

Os bichos, as podas secas e os infestantes nas Lagoas de Bertiandos

Quando se vai a qualquer lado há hoje roteiros turísticos, culturais ou com outros fins para nos guiarem. Normalmente porque o tempo é escasso, tem de se aproveitar a experiência dos outros para utilizar o tempo da melhor maneira.
Comigo, se puder, troco as voltas e faço o meu caminho. Num outro dia assim fiz. Chegado à zona da Paisagem Protegida das Lagoas meti-me a fazer o percurso das tapadas a partir da entrada de Bertiandos. Aí se situa a ponte românica na confluência de dois ribeiros, com as pedras gastas por seculares rodados de carros
Às tantas chega-se a um passadiço e o primeiro percalço surge com uns bichinhos repelentes que se encobrem com espuma numa espécie de planta com folhas lisas, quase ovais e pouco dentadas.
Logo à frente depara-se com um grande corte na vegetação feito para a passagem de uma linha de alta tensão, perfeitamente desviável. As árvores e ramos cortados lá continuam.
Chegado ao Rio Estorãos, segui pela sua margem esquerda e vi os efeitos nefastos de uma intervenção que há anos fizeram com máquinas para limpar o Rio, não respeitando as suas margens e desestabilizando-as. Agora cai tudo para o Rio.
Como não gosto de voltar pelo mesmo caminho, segui, já sem grandes condições, mas de modo a ver ainda os restos de um portão que já lá existiu. Mas a seguir o pântano.
Consegui passar, com cuidado não fosse acordar alguma lontra, contornei, evitei tocar nos arbustos não fosse escarmentar alguma carriça ou felosa, até chegar ao passadiço e ao descanso.Se em tempos já aqui andaram vacas a pastar, seria mais apropriado preservar esse bucolismo, mas de verdade, é irrealista. Aproximar à realidade, acabar com exóticas e infestantes, trabalhar aquilo que ainda o possa ser, aí ainda há muito a fazer.