terça-feira, 10 de abril de 2007

Aqui não estou em boa companhia!

Não podemos ter sol na eira e chuva no nabal. As coisas complicam-se quantos mais objectivos se quiserem atingir. Queremos vender muito sarrabulho, ter muita gente no fim-de-semana, queremos ser falados por sermos hospitaleiros, queremos ter a Vila limpa, as águas cristalinas, as areias reluzentes.
Facilmente reconhecemos que não haverá Português que se preze que nunca tenha vindo a Ponte de Lima. Vir cá, como diz um colunista, tem o mesmo significado que tem para os muçulmanos ir a Meca. Todos ficamos satisfeitos, mas tudo é passageiro.
O que assume carácter definitivo é a correria de fim-de-semana dos suburbanos do Porto para cá. Se alguma qualidade vem, no meio de tanta bagunça, ela se perde facilmente. E é sempre a maioria que dá a matiz a estes movimentos.
A suburbanidade é um fenómeno que nós desconhecemos, na vivência dos seus efeitos na vida diária, pelo que nos custa compreender a maneira como esta gente se comporta, tais pássaros tontos que nunca estiveram fora da gaiola.
Mas a Câmara e a Associação Empresarial parecem compreendê-los. Instalam uns monstros a pedal na Avenida dos Plátanos, para que eles possam dar largas aos seus instintos mais primários, se pavonearem pelo meio dos transeuntes.
Também se não pode andar a dizer que o sarrabulho cria 1.500 ¿ postos de trabalho e querer fazer uma selecção apurada de quem frequenta estas paragens. O sarrabulho é cada vez mais uma comida de “pobre”, o lucro está na quantidade.
A Câmara apercebeu-se enfim que a maioria só vem cá para fazer lixo, ter-se-á esquecido do barulho. Mas a mensagem é tão contundente que se eu fora a uma terra assim diria que não estava em boa companhia. Há o perigo de perdermos os melhores ¿