terça-feira, 3 de abril de 2007

O perigo de cair na vulgaridade

A generalidade das pessoas sempre gostou de festas e eu não fujo à regra. Gosto daquelas festas de várias horas, de ficar, de um ou mais dias, festas de arromba, e mais não digo.
E entre elas, claro, das Feiras Novas. Dentro destas cabem várias festas, festas para muitos gostos, que juntas fazem uma grande festa. E gosto também da vaca das cordas, da vaca nossa amiga, com quem brincamos e cuja dignidade “vacum” não deixamos de defender e dignificar.
Gostando eu destas festas permitir-me-ão colocar a questão: Se nós temos o privilégio de ter duas festas de horário nobre, daquelas de telejornal, coisa rara neste País para a nossa dimensão, não deveríamos apostar mais e melhor nelas, em vez de promover outras que são incógnitas?
Primeiro porque a nossa vida não nos permite estar sempre em festa, que se há quem viva da festa, a maioria de nós gasta o seu dinheiro e o tempo que lhe pode fazer falta para outros fins. E se não for assim a festa também não presta.
Segundo porque não podemos cair na vulgaridade. É preciso estar sempre à frente dos outros em alguma coisa. Depois porque ninguém se convença que naquelas festas já atingimos a perfeição.
Desperdiçar energias e recursos por mais festas parece-me desadequado, antes nos deveríamos concentrar no género que sabemos fazer bem. A Câmara vai apostar este ano numa Feira do Cavalo, tudo bem, é arriscado, é arrojado, não faço vaticínios.
O principal interesse irá incidir nos cavalos que nos irão visitar. Mas também seria bom que se desse o devido realce ao nosso cavalo, que já tanto serviu para levar as pessoas, o padre e o médico por montes e vales e que há uns anos foi expulso para os altos das serras mais altas, mais livre e bravio que outrora.Tragam nesta ocasião de volta o nosso altivo e leal garrano!