terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Como é possível reclamar agora o que tanto renegamos

Uma das razões que faz alguns autarcas, se calhar todos, a não querer perder serviços públicos até nem é o bem-estar da população, que alguns serviços até são mal vistos, mas sim porque os primeiros a ir embora são aqueles que têm funcionários melhor remunerados.
A esta conclusão chegou o Presidente da Câmara de Viana do Castelo, temeroso de ver o rendimento disponível no município a baixar com o fecho da Direcção Distrital de Finanças.
Não andamos nós há décadas a gritar contra os Distritos, contra a existência de Governadores Civis, contra tudo que fosse dispêndio de dinheiro público, de modo a confundir mesmo serviços válidos com serviços que só servem para fazer a ostentação do poder do Estado.
Atitudes destas, resultantes de análises primárias que visam, tão só, levantarem alguma potencial contestação popular, não têm em conta os interesses de uma cidadania que nos impõe uma análise mais cuidada e mais solidária.
O País não é o somatório destes poderes de quintal, que até faz apelo à sacristia para se fazer justificar, nem o Alto Minho se vê representado por quem não tem uma visão de conjunto e mais malefício tem causado a este canto do País.
Nem Viana do Castelo tem tido Presidentes da Câmara à altura, nem os Governadores Civis têm desempenhado qualquer papel reivindicativo. Não é questão de Partido. È uma questão de tradição, de subserviência vinculada, de incapacidade de falar do todo regional, seja qual for o patamar em que o coloquemos.