sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Um Avenida dos Plátanos de costas para o Rio

Nada é eterno e os plátanos da Avenida não o serão certamente. Sendo uma árvore de que se gosta mais pela grandiosidade, tem características que sempre tornam aquele espaço junto ao rio belo e agradável.
O “comboio”, o Hotel Império, o novo Mercado Municipal criaram-lhe um enquadramento infeliz, a Feira subverteu-lhe os objectivos, os hábitos alteraram-lhe a importância.
O seu piso representou ao tempo uma solução eficaz para parar a sua destruição permanente por via das cheias do Rio Lima que ocorriam várias vezes por ano.
Também na altura muitas vozes se insurgiram, mas os aplausos foram surgindo e o tempo veio demonstrar que a obra era sólida e capaz. Até há poucos anos, ressalve-se.
A sofreguidão do dinheiro deixou que por lá se estendessem tendas que com grossos ferros deram início a uma perfuração da placa de cimento que acabou por esventrar tudo.
O nosso Rio é grandioso, mas se não houver espaços convidativos nas suas margens tudo é deitado a perder. Estando de certo modo domesticado, estes espaços podem ser visto doutra maneira. Por isso sou favorável a que se volte a um piso de terra.
O passeio marginal da Avenida devia ser alargado e os ramos cortados à altura dos caules das árvores, para dar visibilidade. A retaguarda não deixa porém sonhar mais alto.
Mesmo a margem inferior do Rio deveria receber equipamento para acesso ao Rio: Em vez dos Mastodontes a pedais que a Câmara autorizou na Avenida, ponham barcos a remos no Rio, para que os nossos visitantes descarreguem lá as suas energias.